Atuação do Brusque contra o ABC joga luz novamente ao problema do ataque 2ja4g
Quadricolor continua inoperante do meio para a frente, mas as mudanças são poucas; gol do adversário foi anunciado por seu treinador
Quadricolor continua inoperante do meio para a frente, mas as mudanças são poucas; gol do adversário foi anunciado por seu treinador
A derrota do Brusque para o ABC neste sábado, 10, traz preocupações pelo motivo óbvio: o ataque simplesmente não funciona. Enquanto se defende, o time aguentou a pressão até onde pôde, e sofreu um gol. Isto, em si, não é um problema, faz parte. Mas, na parte da frente, são apenas dois gols marcados nos últimos seis jogos, os dois em cabeceios de volantes após escanteios cobrados por Guilherme Pira. É pouquíssimo. Parece testado e comprovado que é necessário mudar o setor de alguma forma.
Como Filipe Gouveia fala, o Brusque cria oportunidades, é verdade. Mas a eficiência é risível. Biel cabeceou por cima do gol e Alex Ruan forçou Felipe Garcia a uma grande defesa. Foram as duas chances mais claras, ambas no primeiro tempo. Na segunda etapa, o goleiro defendeu bons chutes de média distância de Diego Mathias e Thomaz, mas foi só.
Às vezes, parece que o próprio time não confia em seus centroavantes. Pollero e Álvaro raramente estão com a bola no pé, e é de se verificar se não aram jogos inteiros sem um chute a gol. Estão longe de contribuírem como podem, mas, por exemplo, Thomaz poderia ter feito o e a Pollero, em boa posição, em vez de ter finalizado a gol contra o ABC.
Sem esta participação ativa e presente dos centroavantes, talvez Vinni Faria, o Vinícius, fosse uma solução. Tem entrado bem, mas já atuou como camisa 9 em outros clubes. Poderia ser uma variação, com mais qualidade e, talvez, mais participação fora da área que Pollero e Álvaro. Perguntei a Filipe Gouveia sobre isto na coletiva de imprensa, mas o treinador não vê seu jogador atuando nesta posição.
Enquanto Guilherme Pira é óbvia unanimidade no lado esquerdo do ataque, o lado direito continua uma incógnita. Paulinho Moccelin foi bem contra o Náutico teve lampejos no jogo contra o ABC, incluindo o belo cruzamento desperdiçado por Biel. Mas ainda é insuficiente, e a alta possibilidade de ele receber cartão amarelo ou perder a cabeça e ser expulso por qualquer bobagem. Diego Mathias, que perdeu a posição, ainda não teve tempo para provar que merece voltar à titularidade.
As outras opções seriam Vinícius, que pede agem e precisa ser o titular se estiver bem fisicamente; e o equatoriano Neicer Acosta, que voltou a ser relacionado, mas ainda não estreou.
A defesa do Brusque teve problemas contra o ABC, especialmente no primeiro tempo. Matheus Martins e Lucas Sampaio atacavam os espaços deixados por Mateus Pivô e Paulinho Moccelin a todo momento, e o gol já poderia ter saído antes, com um pouco mais de qualidade. Sem Alex Paulino, suspenso, Biel foi o segundo volante e Jean Mangabeira era sobrecarregado, tendo que fazer a cobertura dos contra-ataques com Éverton Alemão.
Não que o Brusque tenha muitas opções no meio-campo. Basicamente, ou era a escalação com Biel mais recuado e Thomaz mais à frente, ou era Carlos Biro titular no lugar de um destes dois. Mas o quadricolor teve dificuldades nos contragolpes, especialmente naquele momento.
E isto era algo anunciado pelo técnico do ABC, Evaristo Piza, no meio da semana: utilizar cruzamentos e ataques pelas laterais contra o Brusque. O gol sai justamente pelo lado esquerdo, com Lucas Sampaio. Sem mais jogadores altos na área, ele cruza rasteiro, para trás, e a bola chega até Lucas Mota.
Filipe Gouveia adotou uma postura diferente em relação a outros maus resultados. Esteve ainda mais defensor de seus jogadores. A autocrítica do jogo até existiu, mas ficou em segundo plano, com a postura do ABC sendo o foco.
Talvez o motivo desta abordagem tenha sido as vaias da torcida após o empate com o ABC. Os jogadores iam agradecer à torcida pela presença no estádio, mas, em resposta, foram hostilizados pelo futebol apresentado e pela derrota. Alguns atletas saíram do gramado extremamente irritados. Só Matheus Nogueira foi realmente poupado e aplaudido.
E isto irrita Filipe Gouveia, que volta e meia fala sobre como reprova algumas atitudes da torcida. Parece não ter se adaptado ao comportamento da torcida brusquense. Em geral, vai para assistir ao jogo, não para torcer em voz alta ou cantar (a exceção óbvia é a da Torcida Força Independente). E se as expectativas não são cumpridas, os protestos e as hostilizações aparecem. Não é questão de ser uma abordagem certa ou errada, é como a torcida do Brusque se porta no estádio em momentos como este.
O treinador tem razão quando foi seu time que elevou as expectativas, com uma defesa sólida e um longo período de invencibilidade, chegando às primeiras posições da Série C. Mas talvez estas expectativas precisem ser realinhadas para um objetivo mais realista: a permanência na Série C, antes de qualquer coisa, porque o time, apesar de esforçado, mantém uma fragilidade ofensiva que já dura mais de um ano.
O português falou bastante sobre uma postura defensiva do ABC, que realmente existiu em alguns momentos, mas que teria comprometido a atuação do Brusque. Mas não foi como se o quadricolor tivesse perdido um caminhão de gols e o ABC, em uma bola, tivesse matado o jogo.
O time potiguar já desenhava sua vitória há algum tempo, e o gol estava bem maduro. Matheus Nogueira evitou que o placar fosse aberto antes. O Brusque sofreu momentos de pressão em seu próprio campo, com linhas altas e, muitas vezes, não conseguia ar da linha do meio-campo quando tentava um contra-ataque. Isto não foi produto de um adversário que se fechou e se defendeu o tempo todo. O Brusque foi dominado e controlado por longos períodos contra o ABC. E é isto que torna a derrota mais preocupante.
Embora a nova camisa 1 do Brusque seja linda e fique muito bem esteticamente sem tantos patrocínios, é necessário captar muito mais parceiros no manto quadricolor. Na prática, o clube tem apenas seis patrocinadores no momento.
Tinha nove marcas em sua camisa e em suas redes sociais quando o ano começou. Ao fim da temporada 2024, havia 11, além do patrocínio pontual da Fatal Model na reta final. É mais uma dificuldade para a manutenção do clube.
O AVS, dos mesmos donos do Brusque, luta arduamente contra o rebaixamento na primeira divisão de Portugal. Venceu a Estrela da Amadora fora de casa neste domingo, 11, por 1 a 0, e ocupa o 16º lugar, que levaria uma equipe à repescagem. Para escapar de vez na última rodada, o time da Vila das Aves precisa vencer o Moreirense em casa e torcer por novo tropeço da Estrela da Amadora, que visita o Estoril.
Brusquense, Ivete Appel foi escolhida Brotinho do Mês do Carlinhos Bar nos anos 60: