Cassação de Ari Vequi volta ao TSE em julgamento de sete dias; entenda o que está em jogo o1c6m
Recurso chamado "embargos de declaração" será analisado pela mesma Corte que condenou Ari
Recurso chamado "embargos de declaração" será analisado pela mesma Corte que condenou Ari
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começa a julgar nesta sexta-feira, 15, o recurso do ex-prefeito Ari Vequi referente à cassação. O julgamento vai durar sete dias, ou seja, até quinta-feira, 21. No caso, os ministros darão o voto gradativamente.
Os membros da Corte eleitoral vão analisar os chamados “embargos de declaração”. Trata-se de um recurso destinado ao mesmo tribunal que condenou Ari à perda do mandato.
O objetivo é que sejam avaliadas possíveis omissões e contradições que possam modificar o teor do acórdão (detalhes da decisão final). A defesa de Ari pede que os embargos de declaração sejam acatados e, assim, que a decisão que cassou o ex-prefeito seja revertida.
Ari e o ex-vice-prefeito Gilmar Doerner foram cassados sob acusação de abuso de poder econômico, em razão da atuação do empresário Luciano Hang na campanha eleitoral de 2020, quando a dupla foi eleita. O pedido foi feito pelos partidos PT, PV e PSB.
A defesa de Ari no TSE é representada pelo advogado ar Gonzaga, ex-ministro da Corte eleitoral. O advogado que representa PT, PV e PSB é Artur Antunes Pereira.
A defesa de Ari alega, entre os pontos apresentados, que a jurisprudência do TSE sempre foi pilar para a garantia da liberdade de expressão. A justificativa é que “a simples e livre manifestação de pensamento do empresário” não deve ser considerada ilegal. No pedido, consta ainda que Hang também é eleitor.
Além disso, a defesa de Ari considera que há omissão na decisão por “desconsiderar que a própria imagem de Luciano Hang é indiscutivelmente associada à pessoa jurídica lojas Havan”, conforme escreve o advogado.
Para a defesa, o abuso de poder econômico ocorreu exclusivamente por condutas praticadas pelo empresário. Trecho do acórdão em que não há menção a Ari é citado pela defesa. “Não há menção a nenhuma conduta praticada por Gilmar e Ari de modo a justificar a sanção de tamanha gravidade”.
Outro argumento da defesa é que a inelegibilidade não se aplica a “meros beneficiários de atos abusivos”. Ainda conforme a defesa, o acórdão violou princípios ao declarar a inelegibilidade e determinar a cassação dos mandatos de Ari e Gilmar “com base em atos não cometidos por eles”.
Os partidos afirmam que os questionamentos da defesa de Ari quanto à liberdade de expressão de Hang “apenas exprimiram inconformismo com o resultado do julgamento” e não apresentaram argumentos concretos.
PT, PV e PSB também alegam que há somente inconformismo quando a defesa de Ari relata que os atos que configuram abuso de poder econômico foram praticados somente pelo empresário e não por Ari e Gilmar.
“Não há que se falar em ausência de participação dos embargantes (Ari e Gilmar) nas condutas reputadas pela Corte como ilegais”, escreve o advogado dos partidos. Por fim, o pedido é para que os embargos de declaração sejam rejeitados por completo.
Ari e Gilmar foram cassados no dia 4 de maio, após julgamento no TSE. No dia 9 do mesmo mês, o ex-prefeito e ex-vice-prefeito foram afastados. O então presidente da Câmara, André Vechi (DC), assumiu a prefeitura interinamente.
Uma nova eleição ocorreu em Brusque no dia 3 de setembro. André, o prefeito interino, foi eleito ao cargo, junto com André Batisti, o Deco (PL), que concorreu a vice na chapa. A dupla exercerá um mandato-tampão até o fim de 2024.
Baiana teve sua carteira assinada pela primeira vez em Brusque aos 34 anos: